sábado, 30 de outubro de 2010

Cérebro denuncia os blefadores

Pesquisa mostra que diferentes áreas são ativadas na hora em que uma pessoa tenta enganar outra conscientemente

A cara de jogador de pôquer –aquela face que teoricamente não diz nada -- pode estar com os dias contados se um dia formos capazes de escanear em tempo real as áreas do cérebro das pessoas que são ativadas na hora que elas blefam.

Uma pesquisa liderada por Read Montague, da Faculdade de Medicina Baylor, nos Estados Unidos, mostrou que diferentes áreas do cérebro são ativadas quando estamos blefando ou agindo honestamente em um jogo de estratégia. “Para nós o mais surpreendente foi a clara divisão dos participantes [da pesquisa] em dois grupos distintos em um jogo simples”, afirmou Montague ao iG.

No trabalho, feito com 76 pessoas, os pesquisadores analisaram o funcionamento do cérebro com ressonância magnética funcional, uma ferramenta que permite ver em tempo real como o cérebro reage a um estímulo. Os resultados mostraram que blefar conscientemente requer atividade do cérebro em áreas relacionadas ao processo de decisões complexas, manutenção de objetivos e entendimento das crenças dos outros. “O gerenciamento e a manipulação da nossa imagem social na cabeça dos outros requer uma ‘computação’ pouca entendida”, explica Montague.

Segundo os pesquisadores, com a descoberta talvez seja possível diferenciar comportamentos cognitivos normais de patológicos. “O foco deste trabalho é desenvolver novas medidas quantitativas para cognição normal e esperamos usá-la também para mensurar funcionamento mental patológico”, explicou Montague.

 

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

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Máquina para gravar sonhos é possível, diz cientista

Leitura dos sonhos está associada à identificação de neurônios ativados por imagens específicas

Um pesquisador nos Estados Unidos afirmou que tem planos para criar um dispositivo eletrônico de gravação e interpretação de sonhos.

Moran Cerf, do Instituto de Tecnologia de Pasadena, na Califórnia (oeste do país), afirma que a "leitura dos sonhos" é possível baseada em um estudo inicial que, segundo o cientista, sugere que a atividade de células individuais do cérebro, os neurônios, é associada a objetos ou conceitos específicos.


Em sua pesquisa Cerf descobriu que, quando um dos voluntários estava pensando na atriz Marilyn Monroe, um neurônio em particular foi ativado.

Ao mostrar a voluntários acordados que participaram de seu estudo uma série de imagens, Cerf e seus colegas conseguiram identificar neurônios que eram ativados pelos objetos e conceitos.

Ao observar qual neurônio se ativava e quando isso acontecia, os cientistas construíram uma base de dados para cada paciente.


Com ela, Cerf alega que é, efetivamente, capaz de "ler as mentes” dos voluntários.


Análise do sonho

Há séculos são feitas tentativas de interpretar os sonhos; no Egito antigo, por exemplo, eles eram considerados mensagens dos deuses.

Atualmente, análises de sonhos são usadas por psicólogos como uma ferramenta para compreender o inconsciente. Mas a única forma de interpretar os sonhos é perguntar para as pessoas depois que elas acordam.


O objetivo do projeto de Moran Cerf e sua equipe é desenvolver um sistema que daria aos psicólogos uma forma de corroborar as lembranças destes sonhos com a visualização eletrônica da atividade cerebral durante o sonho.


"Não há uma resposta clara para a razão de os humanos sonharem", disse Cerf. "E, uma das questões que gostaríamos de responder é quando nós criamos estes sonhos."


No entanto, o cientista admite que há um longo caminho antes que a simples observação das reações de um neurônio específico possa se transformar em um dispositivo para gravar sonhos. Mas Cerf acredita que existe uma possibilidade e ele gostaria de tentar.


Para isso, o próximo estágio de seu trabalho é monitorar a atividade do cérebro dos voluntários enquanto eles estão dormindo.


Os pesquisadores vão conseguir identificar imagens ou conceitos relacionados com os que estão arquivados em sua base de dados. Mas, esta base de dados pode, na teoria, ser construída. Por exemplo, ao monitorar a atividade dos neurônios enquanto o voluntário está assistindo um filme.


Eletrodos e sensores

Roderick Oner, psicólogo clínico e especialista em sonhos britânico, acredita que este tipo de visualização limitada pode gerar interesse acadêmico, mas, por outro lado, pode não ajudar muito na interpretação dos sonhos ou em terapias.

"Para isso você precisa da narrativa total e complexa do sonho", afirmou.


Outra dificuldade com a técnica proposta por Moran Cerf é que, para conseguir o tipo de resolução necessária para monitorar neurônios individuais, os voluntários teriam que ter eletrodos implantados profundamente, por um processo cirúrgico, no cérebro.


No estudo publicado na revista Nature, os pesquisadores americanos conseguiram os primeiros resultados ao estudar voluntários com o implante de eletrodos usados normalmente para tratar de convulsões cerebrais.


Mas Cerf acredita que a tecnologia de sensores está se desenvolvendo em um ritmo tão acelerado que, com o tempo, poderá ser possível monitorar a atividade do cérebro sem a necessidade de cirurgias.


"Seria maravilhoso ler as mentes das pessoas quando elas não podem se comunicar, como em pessoas em coma", disse o cientista.


Interface

Para o professor Colin Blakemore, da Universidade de Oxford, existe uma distância grande entre os resultados limitados obtidos no estudo do cientista americano e a possibilidade de gravar sonhos.

Já foram feitas tentativas de criar interfaces para traduzir pensamentos em instruções para controlar computadores e máquinas.


Mas, a maioria destas tentativas se concentrou em áreas do cérebro envolvidas no controle de movimentos. Os sistemas de monitoramento que Cerf pretende criar visam áreas mais sofisticadas do cérebro para poder identificar conceitos abstratos.


O cientista americano afirma que as pesquisas e usos de um dispositivo que lê a mente de outra pessoa são muitos.


"Por exemplo, em vez de escrever um email, você poderia apenas pensar o email. Ou, outra aplicação futurista, seria pensar em um fluxo de informações e ter estas informações escritas bem à sua frente", disse.